sexta-feira, 30 de novembro de 2007

França e os distubios locais!! Que lembram bem o Brasil!!

Sarkozy e Lula: tão longe, tão perto Escrito por Fernando
"Tostão" Silva

A França voltou a ser sacudida neste mês de novembro por uma série de greves de trabalhadores do setor de transportes, do serviço público e dos estudantes. Reforma da Previdência, ataques a universidade pública, restrições a direitos salariais e sociais, precarização do emprego na juventude. O reacionário Sarkozy, com o aval da burguesia e da pequena burguesia francesa e dos governos da comunidade européia, tenta impor a agenda do Estado neoliberal, da hegemonia de um capitalismo financeirizado ao extremo e que continua dando as cartas.

Uma agenda de medidas e reformas iguais àquelas que nos atormentam aqui, do lado de cá do Oceano Atlântico, desde os idos dos anos 90, da era FHC, e que se manteve impávida sob o governo Lula. Ainda não deixa de ser um pouco chocante observar que um governo oriundo do movimento operário e popular, de um país dependente e tão espoliado na sua história, tenha os mesmos pilares de política econômica e de agenda de contra-reformas neoliberais de um governo de um país capitalista central, como a França, liderado por um representante de uma burguesia profundamente anti-popular, cada vez mais racista, cada vez mais divorciada e avessa a qualquer vestígio de um distante passado iluminista. Mas cá como lá, o ano que deu início ao 2º mandato do governo Lula vai se encerrando com os mesmos traços dessa política econômica e com desdobramentos perversos para 2008.

Exceção feita, grosso modo, ao tema da CPMF que envolve a questão tributária, uma reforma cuja negociação não está resolvida na classe dominante e na sua relação com o Estado e os governos, o tom do grande capital é de apoio à política econômica global do governo federal e sua agenda de contra-reformas.

É preciso destacar que a retomada de emprego formal na economia brasileira não foge a essa lógica de uma política global neoliberal e anti-popular. Pois há uma ampla extensão da terceirização e precarização de salários e direitos, mesmo nos novos empregos de carteira assinada, que em geral já surgem sob grande patamar de arrocho salarial. As amplas terceirizações em setores de ponta da economia, como, por exemplo, telecomunicaçõ es, reduziram em até dois terços os salários dos trabalhadores (as) deste setor em relação às mesmas funções quando estes serviços eram controlados pelo Estado.

E assim como Sarkozy, o governo brasileiro não mostra qualquer disposição em recuar dessa agenda. A insensibilidade do governo Lula diante de qualquer pressão ou debate do movimento popular é estarrecedora. Vejamos alguns exemplos: Em relação ao impasse da reforma agrária que não veio e das legítimas e desesperadas ocupações de terra, o governo e o grande capital respondem com o etanol, com o aumento da super-exploraçã o do trabalho na indústria de cana, e, por fim, para não ficar dúvidas nesse terreno, com a promoção de um usineiro como novo ministro das Relações Institucionais.

Diante do esmagador rechaço dos 4 mil participantes da Conferência Nacional da Saúde ao Projeto das Fundações na Saúde, o ministro José Gomes Temporão disse, com todas as letras em jornais e TVs, que “é zero a chance de o governo recuar deste projeto”. Os estudantes fazem greves, ocupam reitorias contra o REUNI; docentes, servidores e renomados intelectuais ligados à comunidade universitária fazem inúmeros apelos, alertas e manifestações contra o desmonte e a mercantilizaçã o da universidade pública; o governo responde com aprovações sumárias do seu projeto, com o aval de reitorias comprometidas, sem debates, quase que na calada da noite.

E diante das dificuldades do Fórum Nacional da Previdência Social em apresentar um projeto de consenso para a nova reforma previdenciária, o governo já sinaliza que não vai passar vontade: vai apresentar diretamente o seu projeto ao Congresso Nacional. Lula e seu governo não têm nada a aprender com Sarkozy.

Para os trabalhadores e movimentos sociais brasileiros, que não se dobram a essa agenda - tal como fazem os milhares e milhares de companheiros (as) da classe trabalhadora do lado de lá do Oceano -, será importante continuar tentando construir as condições para uma forte resistência unificada, capaz de deter essa ofensiva do Capital, que ainda não está concluída no nosso país.

Fernando "Tostão" Silva é jornalista, membro do Diretório Nacional do PSOL e do conselho editorial da revista Debate Socialista.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A venezuela esta sendo atacada

MANIFESTO
Ante o referendo constitucional e a tentiva de desestabilizaçã o na Venezuela

A Venezuela tem suportado, durante os últimos anos, a pressão das potências imperialistas, a perseguição midiática dos grandes meios de comunicação e as tentativas de golpe. Tanto numa como em outra situação, os setores oligárquicos têm sido derrotados pela classe trabalhadora e pelo povo pobre venezuelano, nas ruas e nas urnas, com uma dignidade que é exemplo não só para o resto do continente, mas para o resto do mundo.

A reforma da Constituição bolivariana, estejamos ou não de acordo com cada um de seus pontos, é, em seu conjunto, uma reforma que oferece a possibilidade de aprofundar o processo revolucionário. A proibição do latifúndio e dos monopólios, o reconhecimento dos conselhos populares como parte do poder público, a eliminação da autonomia do Banco Central, o direito de voto aos 16 anos, a promoção de atividades econômicas sob os princípios da economia socialista, a diminuição da jornada de trabalho semanal de 40 horas para 36 horas, entre outras, são medidas de profundo caráter anti-neoliberal e anti-imperialista. Mas, sobretudo, é uma reforma que deve ser ratificada no referendo, em mais um exercício de soberania popular.

A grande burguesia e a direita pró-imperialista, dividida entre a posição de abstenção e o apoio ao NÃO, continuam tendo o poder econômico, o financiamento e a conivência do imperialismo estadunidense e europeu. Mais recentemente, o general Baduel , ex-ministro de defesa do governo venezuelano, somou-se a esses setores manifestando sua rejeição à reforma, através de entrevista à imprensa. Todos eles se
atemorizam com as mudanças propostas na reforma constitucional. Tentam, por isso, minar sua aprovação, desestabilizando o país para que o referendo ou não aconteça, ou se realize sob coerção. Sem dúvida, utilizarão todos os métodos possíveis e contarão com o apoio de todos os grandes meios de comunicação. Devemos estar preparados para isso porque a aprovação da reforma, com um amplo respaldo, seria uma nova e dura derrota moral para os que, há muitos anos, têm medo de perder ou não poder restaurar seus privilégios.
Não temos dúvidas de que o aprofundamento do processo bolivariano, e sua extensão para outros países latinoamericanos, serão as melhores garantias da derrota do imperialismo e de seus planos golpistas. Estamos convencidos de que o povo venezuelano voltará a triunfar sobre aqueles que lhes negam sua liberdade. Fará isso outra vez em 2007, como fez em Abril de 2002 ou como fez na paralisação petroleira e patronal.
Por isso, solicitamos ao mundo do trabalho, à juventude e ao conjunto dos movimentos sociais e da esquerda, o apoio ao “SIM” no referendo constitucional e a mais ampla solidariedade com o povo venezuelano, que avança rumo à revolução bolivariana na perspectiva de construir o socialismo do século XXI.

*** Enviar assinaturas (com nome, sobrenome e país) para venezuelasolidarida d@yahoo.com

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Greve de fome do estudantes!!

Estudantes da UFBa em greve de fome contra a criminalização do movimento estudantil!!

Ontem, 21, seis estudantes da UFBa entraram em greve de fome contra a criminalização do movimento estudantil. Reunidos na frente da reitoria, os estudantes da UFBa acamparam e colocaram faixas contra as ameaças de jubilamento aos estudantes que foram presos e outros que ocuparam a reitoria.

Em luta por maior assistência estudantil, por uma universidade publica, laica, gratuita, democrática, popular e de qualidade e contra o REUNI, os estudantes da UFBa vem se manifestando e ocuparam a reitoria por 46 dias.

Após a reintegração de posse com ação policial truculenta e arbitrária, os estudantes foram vitimas de mais uma opressão da reitoria da universidade. Com seguidas ameças de ação administrativas e jubilamento aos estudantes, um grupo de seis pessoas decidiram entrar em greve de fome por tempo inderteminado.

Os estudantes grevistas e outros apoiadores farão vigília amanha em frente da reitoria por todo o dia e preparam atos de repúdio à criminalização do movimento estudantil.

Comissão de comunicação

Debate Aberto! Frase desrepeitosa e contra a legitimidade do presidente da Venezuela!!

¿Porqué no te callas?

Não se imagina um chefe de Estado europeu dirigir-se nesses termos publicamente a um colega europeu quaisquer que fossem as razões do primeiro para reagir às considerações do último. Esta frase é reveladora em diferentes níveis.

Boaventura de Sousa Santos

Esta frase, pronunciada pelo Rei de Espanha dirigindo-se ao Presidente Hugo Chávez durante a XVII Cúpula Iberoamericana realizada no Chile, no dia 10 de Novembro, corre o risco de ficar na história das relações internacionais como um símbolo cruelmente revelador das contas por saldar entre as potências ex-colonizadoras e as suas ex-colônias. De fato, não se imagina um chefe de Estado europeu dirigir-se nesses termos publicamente a um colega europeu quaisquer que fossem as razões do primeiro para reagir às considerações do último. Como qualquer frase que intervém no presente a partir de uma história longa e não resolvida, esta frase é reveladora em diferentes níveis.

Ela revela, em primeiro lugar, a dualidade de critérios na avaliação do que é ou não democrático. Está documentado o envolvimento do primeiro-ministro de Espanha de então, José Maria Aznar, no golpe de Estado que em 2002 tentou depor um presidente democraticamente eleito, Hugo Chávez. Porque, naquela altura, a Espanha presidia à União Européia, esta última não pode sequer clamar total inocência. Para Chávez, Aznar ao atuar desta forma, comportou-se como um fascista. Pode questionar-se a adequação deste epíteto. Mas haverá tanta razão para defender as credenciais democráticas de Aznar, como fez pateticamente Zapatero, sem sequer denunciar o carácter antidemocrático desta ingerência?

Haveria lugar à mesma veemente defesa se o presidente eleito de um país europeu colaborasse num golpe de Estado para depor outro presidente europeu eleito? Mas a dualidade de critérios tem ainda uma outra vertente: a da avaliação dos fatores externos que interferem no desenvolvimento dos países. Num dos primeiros discursos da Cúpula, Zapatero criticou aqueles que invocam fatores externos para encobrir a sua incapacidade de desenvolver os países. Era uma alusão a Chavez e à sua crítica do imperialismo norte-americano.

Pode criticar-se os excessos de linguagem de Chávez, mas não é possível fazer esta afirmação no Chile sem ter presente que ali, há trinta e quatro anos, um presidente democraticamente eleito, Salvador Allende, foi deposto e assassinado por um golpe de Estado orquestrado pela CIA e por Henry Kissinger. Tão pouco é possível fazê-lo sem ter presente que atualmente a CIA tem em curso as mesmas táticas usando o mesmo tipo de organizações da “sociedade civil” para destabilizar a democracia venezuelana.

Tanto Zapatero como o Rei ficaram particularmente agastados pelas críticas às empresas multinacionais espanholas (busca desenfreada de lucros e interferência na vida política dos países), feitas, em diferentes tons, pelos presidentes da Venezuela, Nicarágua, Equador, Bolívia e Argentina. Ou seja, os presidentes legítimos das ex-colônias foram mandados calar mas, de fato, não se calaram. Esta recusa significa que estamos a entrar num novo período histórico, o período pós-colonial, teorizado, entre outros, por José Marti, Gandhi, Franz Fanon e Amilcar Cabral e cujas primicias políticas se devem a grandes lideres africanos como Kwame Nkrumah. Será um período longo e caracterizar- se-á pela afirmação mais vigorosa na vida internacional dos países que se libertaram do colonialismo europeu, assente na recusa das dominações neocoloniais que persistiram para além do fim do colonialismo.

Isto explica porque é que a frase do Rei de Espanha, destinada a isolar Chávez, foi um tiro que saiu pela culatra. Pela mesma razão se explicam os sucessivos fracassos da União Européia para isolar Roberto Mugabe.
Mas “¿porqué no te callas?” é ainda reveladora em outros níveis. Saliento três. Primeiro, a desorientação da esquerda européia, simbolizada pela indignação oca de Zapatero, incapaz de dar qualquer uso credível à palavra “socialismo” e tentando desacreditar aqueles que o fazem. Pode questionar-se o “socialismo do século XXI” - eu próprio tenho reservas e preocupações em relação a alguns desenvolvimentos recentes na Venezuela - mas a esquerda européia deverá ter a humildade para reaprender, com a ajuda das esquerdas latinoamericanas, a pensar em futuros pós-capitalistas.

Segundo, a frase espontânea do Rei de Espanha, seguida do ato insolente de abandonar a sala, mostrou que a monarquia espanhola pertence mais ao passado da Espanha que ao seu futuro. Se, como escreveu o editorialista de El País, o Rei desempenhou o seu papel, é precisamente este papel que mais e mais espanhóis põem em causa, ao advogarem o fim da monarquia, afinal uma herança imposta pelo franquismo. Terceiro, onde estiveram Portugal e o Brasil nesta Cúpula? Ao mandar calar Chávez, o Rei falou em família. O Brasil e Portugal são parte dela?

Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

"Por que não te calas já?!"

Laerte Braga


Juan Carlos Bourbon investiu-se dos poderes de colonizador e perguntou ao presidente da Venezuela por que ele não se calava? Chávez fez críticas à Espanha na reunião de países ibero americanos. Acusou empresas espanholas de negócios escusos, o ex-primeiro ministro Jose Maria Aznar de "fascista" e de participação no golpe de 2002 que tentou derrubar o venezuelano e, lógico, a GLOBO aqui editou a discussão entre o rei e o presidente (eleito pelo voto popular) não mostrando a resposta de Chávez.

Daniel Ortega, presidente sandinista da Nicarágua havia feito críticas a empresas espanholas que atuam em seu país momentos antes. Ortega denunciou a reunião do embaixador da Espanha em seu país, em Manágua, dias antes das eleições, na tentativa de mobilizar forças para evitar sua vitória. Disse com todas as letras que vitorioso, recebeu proposta de suborno de empresas espanholas que operam na Nicarágua.

O presidente sandinista acusou a Espanha de permitir que os Estados Unidos usem bases militares espanholas para operações contra povos de outros países e citou o exemplo do bombardeio contra a casa de Kadafhi, na Líbia. O presidente líbio escapou, mas seus filhos morreram no bombardeio.

O presidente da Argentina, Nestor Kirchnner acusou a Espanha de práticas colonialistas e denunciou a ação predatória de empresas espanholas na Argentina. O presidente Evo Morales, da Bolívia, reclamou de pressões do governo espanhol para ceder favores a empresas espanholas. Rafael Corrêa do Equador fez denúncias semelhantes.

Chávez secundou e ratificou todas as acusações, saiu em defesa dos presidentes dos países da América Latina e respondeu ao rei que "não temo o senhor, fui eleito pelo meu povo e não permitirei que se repitam as matanças históricas da época da colonização, praticadas pelo seu país".

A acusação a Aznar, chamado de fascista foi simples e direta: "Aznar é um fascista". Dois países reconheceram o golpe tentado contra Chávez em abril de 2002. Espanha e Estados Unidos. Aznar governava a Espanha.

A derrota eleitoral do candidato de Aznar para o atual primeiro-ministro espanhol Zapatero se deveu à mentira de Aznar a propósito de um atentado do grupo separatista basco ETA, em território espanhol, dois ou três dias antes do pleito. Aznar, que havia enviado tropas espanholas para o Iraque (foram retiradas por Zapatero) tentou inculpar a Al Qaeda e a Espanha inteira percebeu que estava diante de uma cilada, uma tentativa de atrelar o país ao império norte-americano. Uma simples consulta a jornais espanhóis da época vai revelar que os votos que deram a vitória ao Partido Socialista (?) de Zapatero vieram da mentira de Aznar.

Um ano após a derrota de seu candidato para Zapatero, Aznar foi acusado, pela imprensa norte-americana, de receber dinheiro da CIA (Agência Central de Inteligência) norte-americana, para uma organização (fundação ou ONG) que montara e que desenvolvia ações golpistas em países de língua espanhola a favor dos interesses de empresas privadas e dos EUA.

Uma reunião como a que aconteceu no Chile se presta a que debates desse jaez aconteçam. Se Chávez reagiu de forma histriônica ou não, isso é outro problema. Com toda certeza um Chávez vale milhões de vezes mais que um Juan Carlos. Franquista (uma das mais cruéis ditaduras da história do século XX) e sabidamente de extrema-direita.

Só para se ter uma idéia pálida de como atuam os empresários espanhóis em países da América Latina, basta recordar o naufrágio do Bateau Mouche, num reveillon, há alguns anos atrás no Brasil. Como os donos da empresa fossem espanhóis, a embaixada do país entrou em ação e pressionou as autoridades brasileiras para que tudo ficasse em mero jogo de cena. Fatalidade. O descuido e a característica criminosa do fato (barco inadequado, sem manutenção, super lotado) não contavam para o embaixador e o governo da Espanha.

Todos os espanhóis envolvidos no naufrágio estão em liberdade e nenhuma família dos mortos foi indenizada como determinado na lei. Um deles, Chico Recarey freqüentava colunas sociais, era tido como rei da noite, dono de pontos de prostituição (boate Help em Copacabana, esquina de rua Miguel Lemos e avenida Atlântica). Era um deles, um dos espanhóis.

Juan Carlos, fascista como Aznar, ambos estão acostumados a terem tapetes vermelhos estendidos por presidentes latino-americanos fracos ou corruptos quando chegam para a velha história de trocar apito com os "índios" locais. Neste momento não conseguem. Nem com Chávez. Nem com Ortega. Nem com Morales. Muito menos com Corrêa e menos ainda com Kirchnner.

O rei da Espanha hoje é só vitrine dos negócios de empresas espanholas, imagem construída por essa estranha e doentia fascinação das elites por condes, marqueses, duques, etc. Nada além disso.

O que a mídia fez foi aproveitar, editar, mutilar os fatos, apresentá-los como convinha e convém aos interesses dos espanhóis, tudo dentro de um processo visível de tentativa de derrubar o presidente da Venezuela.

São "negócios" de bucaneiros, piratas, saqueadores.

A explosão de Juan Carlos Bourbon se deve também, vários jornalistas presentes ao encontro revelaram isso a seus jornais, inclusive jornais norte-americanos, às manifestações de apoio a Chávez. O venezuelano foi seguido enquanto esteve no Chile por um cortejo de chilenos a ovacioná-lo. O rei está acostumado a "dar a bênção real" aos antigos colonos (acredita que ainda seja assim) e não gostou de ficar em segundo plano.

Zapatero? Malgrado os méritos de seu governo, retirou as tropas espanholas do Iraque, já foi enquadrado e apenas suaviza o chicote e o pelourinho herdado de Pizarro e Cortez.

É bom nunca se esquecer que uma das maiores matanças da história da América do Sul foi praticada por espanhóis contra o povo Inca. Está em todas as páginas, de todos os livros de história.

Vale lembrar uma crônica de Luís Fernando Veríssimo sobre o período em que os mouros ocuparam a Espanha: "nunca destruíram nada e quando saíram todos os monumentos históricos estavam intatos, ao contrário dos cristãos quando ocuparam países árabes: destruíram o que puderam para implantar a verdade cristã".

Os leiloeiros de New York estão cheio de peças saqueadas do Museu do Iraque, o Museu Babilônico, desde a ocupação daquele país pelos norte-americanos.

O rei da Espanha é tão somente um bibelô a exibir-se na esteira dos "grandes negócios" dos empresários de seu país.

Nem rei mais se faz como antigamente. Deve ter pensado que estava se dirigindo a um dos seus súditos quando mandou Chávez calar. Recebeu a resposta devida e a altura.

Se a GLOBO não mostrou é por que a GLOBO, como a grande mídia no País, está a serviço do capital internacional e das máfias que controlam os "negócios".

Está aí o genro de FHC estrebuchando porque a PETROBRAS removeu as licitações de prospecção na bacia de Santos e vai ela própria tomar conta da reserva recém descoberta. O sacripanta, sem nenhum caráter, está defendendo empresas estrangeiras. Pensa também que o presidente da República ainda é o ex-sogro, ambos corruptos e venais.

Isso também a GLOBO não vai falar, as empresas estrangeiras são grandes anunciantes.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Resultaldo do DCE da UFRGS!!!

Mantendo a lógica novamente o DCE da UFRGS ficou nas mãos dos lutadores do PSol que fazem parte junto aos independentes
que compõem esse DCE de luta e representa a integração das comunidades a Universidade pública e popular!

Mantida a trincheira de Luta

Primeiros informes parciais sobre a eleição do DCE da UFRGS

A todos(as) lutadores(as) que estavam preocupados com as eleições ao DCE da UFRGS, em que se encontravam em disputa não apenas uma entidade estudantil, mas duas visões de mundo, uma que busca a pluralidade, a diversidade, a construção de uma universidade popular e pública e outra visão, que propagandeou uma visão excludente, de uma universidade elitizada, e em alguns momentos racistas. Gostaríamos de anunciar que já apurados as urnas dos Campus do centro e da saúde, em que a chapa 3 (de direita) tinha as melhores possibilidades de vitória, nós da chapa 1 “Todos Iguais braços dados ou não”, terminamos a apuração com 633 votos a frente destes, ou seja, ganhamos deles inclusive onde eles eram mais forte. Resta agora serem apuradas as urnas no Campus do Vale e dos envelopes, em que teremos maioria.
Podemos divulgar a partir de agora que a trincheira de luta desenvolvida pelo DCE da UFRGS nestes últimos anos e que encaminhou lutas importantes para a universidade e seus estudantes está mantida.

Vitória da esquerda e do anseio de milhares de estudantes que não desistiram de democratizar e popularizar o acesso ao ensino, assim como um voto contra a intolerância racial, tão difundida em nossos dias com o retorno de grupos neo-nazistas ao cenário político internacional, e que vimos em nossa universidade, se fantasiarem de ares democráticos para esconderem seus verdadeiros interesses de privatização do ensino e segregação racial.

Beliza Stasinski Lopes
Mário San Segundo


"Não estamos perdidos.
Pelo contrário, venceremos se
não tivermos desaprendido a aprender."
Rosa Luxemburgo

RESultados

Na maior eleição para o DCE da UFRGS dos últimos tempos, com polêmicas como as cotas raciais e socias, com a luta contra o preconceito e a intolerância, estudantes ligados ao neonazismo em uma chapa ligada aos partidos de direita, a chapa 1 Todos Iguais, Braços Dados ou Não foi eleita com 55,3%.
Nenhum outro projeto para os estudantes da UFRGS foi eleito quatro vezes consecutiva na história do movimento estudantil da Universidade.
Para nós, integrantes desta chapa, é um imenso orgulho e muita alegria termos sido eleitos para vencermos a batalha que estará posta em 2008 contra o racismo que já se expressa atualmente e, ao que tudo indica, se acentuará com a entrada dos primeiros cotistas de escola pública e autodeclarados negros.
A Universidade Pública terá mais um ano um DCE que lute pela sua popularização.
Uma mostra de que os estudantes de todo os cantos do país estão rechaçando a burocracia e o retrocesso dos DCEs, como vimos nas recentes vitórias de chapas comprometidas com a Educação Superior Pública e de Qualidade, como a UFSC, UFPR, UEM, UFRJ, UFMG.
Mandamos nosso apoio aos colegas da USP protagonistas da maior luta estudantil desde o Fora Collor para juntos decidirmos os rumos do nosso país, para que retomem para a luta o DCE da maior Universidade Pública do país.
CHAPA 1 – "Todos Iguais, Braços dados ou não" 2752 votos - 55,3%

CHAPA 2 – "Quem vem com tudo não cansa" - 195 votos 3,9 %

CHAPA 3 – "DCE Livre" - 1575 votos 31,6%

CHAPA 4 – "Roda Viva" - 452 votos- 9,2 %

B/N – 68 VOTOS

TOTAL DE VOTOS – 5042 VOTOS
Um grande abraço a todos e todas
Rodolfo Mohr
Coordenador Geral DCE/UFRGS - Gestão Todos Iguais, Braços Dados ou Não!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Desocupação violenta de Reitorias!!

DESOCUPAÇÃO MANU MILITARI REIVINDICADA PELO REITOR DA UFBa: UMA AMEAÇA A TODAS AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
Roberto Leher (FEUFRJ)
Em um contexto muito distinto, pois as proporções da ocupação estudantil eram incomensuravelmente maiores, Albert Einstein ligou para seu amigo, Max Born, igualmente um grande físico, Nobel de 1954, para expressar sua preocupação com o fato de que um grupo de estudantes revolucionários tinha ocupado a Universidade de Berlim, por ocasião do final da I Guerra Mundial, e prendido o reitor e alguns professores. Mesmo estando os estudantes armados – o confronto militar ainda não havia cessado inteiramente – Einstein não hesitou em se dirigir à universidade para dialogar com os jovens. Por sua respeitabilidade como professor e cientista, ele pôde entrar na universidade ocupada, defender o valor da liberdade acadêmica e, a seguir, intermediar as negociações com o presidente recém eleito, Friedrich Ebert, solucionando o conflito sem repressão e arrogância.

Quase 90 anos após este episódio, por ordem do reitor da UFBa, na data comemorativa da proclamação da "República" , ao raiar do dia, a Polícia Federal invadiu a Reitoria ocupada por estudantes há 46 dias, usando da força, levando estudantes de camburão para a Polícia Federal e despejando seus utensílios como se fossem lixo. Considerando o contraste com a postura de Einstein, não surpreenderá se o reitor abrir um processo interno para jubiliar os jovens que estavam ocupando um espaço público para reivindicar o debate democrático sobre um projeto de reestruturação da universidade. Por imposição do MEC e aquiescência do reitor com o ato heterônomo do governo, o referido projeto foi votado a toque de caixa, sem real discussão com a comunidade acadêmica, via-de-regra em sessões que violaram os valores acadêmicos mais estruturantes da instituição universitária, como o esclarecimento, o diálogo entre os pontos de vista divergentes e a publicidade dos atos nos colegiados universitários.

Tive o privilégio de ter sido convidado para uma conversa informal com os estudantes na ocupação, quatro dias antes da repressão Federal, por ocasião do III Encontro de Educação e Marxismo, realizado na UFBa, no qual faria uma fala no dia seguinte. Em pleno domingo, e ao mesmo tempo em que a duas quadras estava sendo realizado um show conjunto Titãs - Paralamas do Sucesso, cerca de 70 jovens optaram por discutir questões mais profundas da universidade: a sua função social, a autonomia universitária, as consequências da mercantilização e da conversão das universidades federais brasileiras em organizações de ensino terciárias, nos termos bancomundialistas e do projeto Universidade Nova/REUNI.

A abertura da conversa foi a partir de um criativo ato teatral inspirado no teatro do oprimido. A prosa teve como eixo a relevância das lutas estudantis de Córdoba – realizadas no mesmo ano em que Einstein corajosamente defendeu o ethos acadêmico sobre a força policial-militar (1918) – para a reforma das universidades latino-americanas, contra o dogmatismo das oligarquias, das igrejas, dos catedráticos avessos à pesquisa e à docência e em defesa da liberdade de cátedra, da indissociabilidade entre o ensino e a pesquisa, do governo compartilhado, do livre acesso dos jovens à universidade e do compromisso das universidades com os grandes problemas dos povos.

A despeito da existência de pontos de vista distintos, o ambiente na ocupação era radicalmente democrático, respeitoso com a divergência, construtivo no pensar e fazer alternativas à "velha universidade" subordinada à razão instrumental de um capitalismo dependente. Ao lado dos painéis de azulejo, um precioso patrimônio, o alerta de que nada deveria ser colado em cima dos mesmos, pois as instalações da universidade são públicas. Há muito tempo não pude estar em um ambiente em que os valores universitários fossem tão vivos e genuinos. Saí da conversa otimista quanto ao futuro da universidade pública, pois minha convicção de que somente teremos uma reforma radical das universidades públicas com o forte protagonismo estudantil foi reforçada pelas extraordinárias contribuições daqueles estudantes.

Em nome do futuro da universidade podemos celebrar a figura de Einstein. O reitor da UFBA, por outro lado, juntar-se-á a uma seleta galeria de "reitores" que tentou impor os seus pontos de vista por meio da repressão, como foi o caso do ex-"reitor" da UFRJ José Henrique Vilhena, e de todos os que silenciaram coniventes diante do AI-5 e do Decreto 477.

A continuidade das retaliações contra os estudantes tem de ser vista como uma séria ameaça à concepção de universidade como um espaço de liberdade ilimitada em que é possível errar, sonhar e criar. Todos os que defendemos a liberdade acadêmica estaremos acompanhando com atenção os atos da administração para resguardar o direito a livre manifestação dos estudantes que, afinal, na áspera história da América Latina foi decisiva para forjar a universidade latino-americana!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

34 X 0 , Yeda leva de goleada de "oposição"!

Bom ao que parece a Governadora Yeda Crusius, Teve mais uma derrota com a votação da oneração de impostos, solução da pior especie que fomos novamente submentidos, por esse falso governo de choque de gestão!!!

Quase que esse choque de gestão tornou-se choque no bolso do trabalhador que acabaria por pagar mais caro a conta nos fins dos meses. Já não basta-se o ataque do seu Presidente que quer mante o CPMF, agora so faltava o estado resolver nos dar mais esse duro golpe.

Agora, não podemos achar que o estado foi salvo, por essa pseudo-oposição, não fizeram nada mais que o deveriam ter feito, que é a natural manutenção das condições dignas do trabalhador e da sociedade cívil que sofre cada vez mais com impostos.

Essa oposição do Estado que aqui tenta parecer uma solução ao fraco governo de YEDA, nacionalmente anda unida e voto com o LULA no senado. Aonde vamos acabar se continuar assim o País e o estado???

Devemos lembrar que essas oposições se contradizem quando o PT em canoas sinaliza uma possivel alinaça com o PTB e o PMBD fica aliado ao PSDB de Rochetthi e YEDA! Partidos que tem o mesmo plano de governo não podem serem novamente credibilizados pelo povo de Canoas!

O povo de Canoas deve pensar duas vezes antes de votor denovo no PSDB de YEDA

Adm. Ueiler Lisoski Duarte

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Debate sobre aquecimento Global!

Texto do Camarada do Ceara João Alfredo!!!


Aquecimento Global, Ecologismo dos Pobres e Ecossocialismo

João Alfredo Telles Melo

“Do ponto de vista de uma formação socioeconômica mais avançada, a propriedade privada dos indivíduos na Terra parecerá tão absurda como a propriedade de um homem sobre outros homens. Mesmo uma sociedade inteira, uma nação, ou mesmo todas as sociedades existentes num dado momento, em conjunto, não são donos da Terra. São simplesmente os seus possuidores, os seus beneficiários, e têm que a legar, num estado melhorado, para as gerações seguintes, como boni patri famílias (bons pais de família)” (Karl Marx, “O Capital”).

John Bellamy Foster, autor de um dos livros mais importantes para os ecossocialistas (“A Ecologia de Marx, materialismo e natureza”, Civilização Brasileira), em artigo recente, intitulado “A Ecologia da Destruição”, nos chama a atenção para o fato de que “é uma característica da nossa época que a devastação global pareça sobrepor-se a todos os outros problemas, ameaçando a sobrevivência da terra como a conhecemos”.

A grande repercussão do quarto relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, da ONU, em sua sigla em inglês) - em que milhares de cientistas de praticamente todo o planeta, não só constataram a relação direta entre fenômenos climáticos intensos decorrentes do aquecimento global com a emissão dos chamados gases de efeito estufa (GEE) pelas atividades industriais, energéticas e agrícolas, mas também apontaram projeções catastróficas para este século, caso não haja uma drástica mudança na matriz energética e no padrão de consumo – deu foros de cientificidade ao documentário “A Verdade Inconveniente”, do ex-vice-presidente estadunidense Al Gore, que recebeu o Oscar deste ano e também, juntamente com o próprio IPCC, o prêmio Nobel da Paz.

Portanto, com exceção da minoria dos chamados “céticos”, dentre os quais se encontram cientistas sérios, como o brasileiro Aziz Ab´Saber, e organizações bancadas pelo Governo Bush e pelas grandes indústrias de petróleo e carvão mineral no mundo, há uma ampla maioria – amplíssima, diria – de gente da comunidade científica (e aqui se perfilam brasileiros da maior respeitabilidade, como José Goldenberg, Carlos Nobre e Luis Pinguelli Rosa), dos movimentos ambientalistas, de governos e até de setores empresariais que, a partir dos dados do IPCC, procuram encontrar saídas para a crise planetária, manifestada hoje pelo aquecimento global que ameaça a vida na Terra.

Abra-se aqui parêntesis para aduzir que a aposta que os céticos – em sua versão séria e não comprometida com os interesses do capital petroleiro e mineral – é uma aposta perdida, em suas duas possibilidades. Se eles estiverem errados (quando afirmam que o fenômeno do superaquecimento é natural e que as previsões do IPCC estão equivocadas), podem, de forma involuntária, estarem contribuindo com o lobby das grandes corporações petrolíferas e mineiras, impedindo a mudança do padrão energético para as fontes renováveis e serem co-responsáveis pela catástrofe que se prenuncia. Por outro lado, se estiverem certos (o que não é muito provável, dado o amplo consenso científico alcançado depois de quase vinte anos de IPCC), estão atrasando a nossa evolução para a despoluição do planeta. Ou seja, ainda que, numa hipótese quase absurda, não esteja ocorrendo o aquecimento provocado pelas atividades humanas, o alerta do IPCC, no mínimo, questiona o modo de produção e o modo de vida humana no planeta e nos induz a mudanças profundas e necessárias.

Voltando ao tema, vou me permitir não mais ter que detalhar, mas apenas listar, em parte, o extenso e impactante elenco de fenômenos climáticos e de suas resultantes sobre a vida no planeta, já amplamente divulgada pela grande imprensa, como o acréscimo da temperatura média da terra, o derretimento das geleiras e calotas polares, a desaparição de espécies, a subida do nível do mar, a desertificação e seus profundos impactos sobre a humanidade, que poderá conviver – aliás, já está convivendo - com os chamados “refugiados ambientais” (vítimas de enchentes, tornados, secas, furacões, que, nos últimos tempos, têm atingido populações tão diversas como as asiáticas, as das pequenas ilhas do Pacífico, ou mesmo, nas terras do Império Americano, com o Katrina, em New Orleans, e o incêndio que está devastando a Califórnia, nos últimos dias).

Se voltarmos ao nosso país – que é o quarto maior emissor de GEE, em face das queimadas e desmatamentos de nossas florestas – o que se prenuncia é gravíssimo. Se, em todo o planeta, no próximo século, ultrapassarmos a linha perigosa de acréscimo de 2oC na temperatura média da terra, metade de nossa Floresta Amazônica (a mais importante cobertura vegetal tropical do planeta) se transformará em savana, causando profundos impactos não só na própria temperatura da terra, como no regime de chuvas em todo o hemisfério sul. Para o Nordeste brasileiro, as previsões não são menos sombrias. O nosso semi-árido, que, mais uma vez, convive com uma estiagem prolongada, se transformaria em região árida, num quase deserto, sem água e sem produção agrícola.

Estaríamos diante do apocalipse? Paulo Artaxo, um dos cientistas brasileiros do IPCC, tenta nos tranqüilizar: “O aquecimento global não é o fim do mundo, de jeito nenhum”, mas adverte: “um dos pontos cruciais do relatório do IPCC é a urgência da diminuição da emissão dos gases do efeito estufa. Se não fizermos isso, a temperatura vai subir de forma a trazer danos para os ecossistemas e zonas costeiras sem precedentes na história da humanidade”. Para ele – e o IPCC – esse corte deveria ser em torno de 50 a 70 por cento. (Caros Amigos, edição especial: “Aquecimento Global, a busca de soluções”).

Ora, a necessidade imperiosa da redução na emissão de GEE na escala de 50 a 70% torna o Protocolo de Kyoto (que, todos sabemos, não foi assinado nem pelos Estados Unidos, primeiro ou segundo maior emissor de CO2, nem pela Austrália, uma das maiores exploradoras de carvão mineral) absolutamente obsoleto e inócuo. Recorde-se: Kyoto propõe, apenas para os países em desenvolvimento (principais responsáveis pelo aquecimento), o corte de somente 5% (nos níveis de 1990) para até 2012. O Brasil, a Índia e a China, dentre outros, (que, dado o seu crescimento econômico vertiginoso já teria ultrapassado os EUA e que tem na base de sua matriz energética o combustível de maior poluição, que é o carvão mineral) não são obrigados a cumprir metas de redução.

Todo esse debate não se refere, por óbvio, apenas a números. Aqui se trata, em primeiro lugar, da tentativa de se compatibilizar a urgência urgentíssima na diminuição drástica de emissão de CO2 e outros GEE para a atmosfera, com o direito e a necessidade de países pobres se desenvolverem e atenderem os direitos e necessidades de sua população.

Como atender tais necessidades sem tocar no padrão de vida e consumo das classes médias e altas tanto no Hemisfério Norte (onde são majoritárias) como no Hemisfério Sul (onde são minoritárias)? (Já gastamos 25% a mais do capital natural da terra e seria preciso que tivéssemos pelo menos quatro planetas terra para que todos alcançassem o nível de vida do chamado “american way of life”.) Uma nova “utopia” (sustentabilidade ambiental, igualdade social e desenvolvimento econômico em escala planetária) seria possível na atual configuração geopolítica mundial onde o poder destrutivo da indústria armamentista, petrolífera e minerária se materializa em governos como de Bush, senhor das guerras no mundo? É possível superar a atual crise nos marcos do sistema capitalista? Nas palavras, mais uma vez, de Foster: “Como é que isto se relaciona com as causas sociais e que soluções sociais podem ser oferecidas em resposta tornaram-se as questões mais urgentes com que a humanidade se defronta”.

Esse debate se situa no campo da chamada “Ecologia Política”, que, na compreensão de Joan Martinez Alier, estuda “os conflitos ecológicos distributivos – isto é, os conflitos pelos recursos ou serviços ambientais, comercializados ou não”. Para ele, a ecologia política é “um novo campo nascido a partir dos estudos de caso locais pela geografia e antropologia rural, hoje estendidos aos níveis nacional e internacional” (“O Ecologismo dos Pobres”, Editora Contexto). É a ecologia política, juntamente com a economia ecológica, quem pode nos desvendar as causas da crise e apontar as soluções reclamadas por Foster acima.

Carlos Walter Porto-Gonçalves, um dos mais atilados ecologistas políticos da atualidade nos situa, de forma ainda mais precisa, na atual crise planetária, quando afirma que “o desafio ambiental se coloca no centro do debate geopolítico contemporâneo enquanto questão territorial, na medida em que põe em questão a própria relação da sociedade com a natureza, ou melhor, a relação da humanidade, na sua diversidade, com o planeta, nas suas diferentes qualidades” (“O Desafio Ambiental”, Editora Record).

Para ele, há contradições profundas entre a economia capitalista e a dinâmica ambiental. A separação – “a mais radical possível”, em suas palavras entre homens e mulheres, de um lado, e a natureza, de outro; a apropriação privada dos recursos ambientais, em que tudo é transformado em mercadoria; o “princípio da escassez”, pelo qual um “bem só tem valor econômico se é escasso” são absolutamente contraditórios com a visão ecológico-ambientalista de riqueza natural. Vejamos, em suas próprias palavras:

”Os economistas modernos vão fundar a economia no conceito de escassez, que, paradoxalmente, é o contrário da riqueza. Tanto é assim que os bens abundantes – idéia central da riqueza – não são considerados como bens econômicos e, sim, como naturais (...) Somente à medida que a água e o ar se tornam escassos – com a poluição, por exemplo – é que a economia passa a se interessar em incorporá-los como bens no sentido econômico moderno, isto é, mercantil”.

Essa distinção entre riqueza natural – objetivo maior de todos os movimentos ecológicos – e riqueza material – que advém da escassez e, para deleite do sistema mercantil, transforma os bens ambientais em mercadoria – também é tratada por Foster, em outro belo texto, chamado “Revolução Ecológica”, onde se vale do filósofo grego Epicuro, que declarava: ""Quando medido pelo propósito natural da vida, a pobreza é grande riqueza, riqueza ilimitada é grande pobreza".

Portanto, para Foster, “o livre desenvolvimento humano, surgindo num clima de limitação e sustentabilidade naturais, é a verdadeira base da riqueza, de uma riqueza para a existência multilateral; a busca sem limites de riqueza é a fonte primária do empobrecimento e sofrimento humanos. É desnecessário dizer que tal preocupação com o bem estar natural, em oposição a necessidades e estímulos artificiais, é a antítese da sociedade capitalista e a pre-condição de uma comunidade humana sustentável”.

Assim, é plenamente justificável que se afirme que, sob o capitalismo, não há possibilidade de superação da atual crise planetária, o que nos permitiria atualizar, como quer Michel Löwy, outro grande expoente atual do ecossocialismo, a consigna de Rosa Luxemburgo para “Ecossocialismo ou Barbárie”.

Ora, afirmar isto – a contradição fundamental entre o sistema capitalista e uma nova forma de organização sócio-político-econômica fundada na sustentabilidade e justiça ambiental, na igualdade social e, também, por óbvio, na democracia política em suas formas mais avançadas de participação popular – por si só, não é suficiente para os ecossocialistas. Nas palavras de Löwy: “É preciso começar a construir esse futuro desde já. É necessário participar de todas as lutas, inclusive das mais modestas; como, por exemplo, a de uma comunidade que se defende contra uma empresa poluidora; ou a defesa de uma parte da natureza que esteja ameaçada por um projeto comercial destrutivo. É importante ir construindo a relação entre as lutas sociais e as ambientais, pois elas tendem a concordar, unidas ao redor de objetivos comuns” (“Ecologia e Socialismo”).

É esse campo – os das lutas sócio-ambientais – que reclama a presença dos ecossocialistas. Aqui, poderíamos listar as lutas das comunidades costeiras contra o turismo predatório e a criação de camarões em cativeiros; a resistência dos atingidos por barragens contra os grande projetos hidrelétricos; o movimento que reúne sem terra, agroecologistas, defensores de consumidores e ambientalistas contra a adoção de sementes transgênicas; a luta de populações locais contra a ampliação das usinas nucleares; a resistência de índios e pequenos agricultores no embate contra a transposição das águas do Rio São Francisco; a articulação dos povos da floresta – índios, quilombolas, seringueiros e ribeirinhos – contra ao avanço do agronegócio do gado e da soja na Amazônia Brasileira; a luta das mulheres camponesas contra o exército verde da monocultura do eucalipto; o enfrentamento dos ecologistas e urbanistas contra a especulação imobiliária nas grandes metrópoles etc.

Aqui, estamos diante do que Martinez Alier denomina de “ecologismo dos pobres” ou “ecologismo popular”, que, nas palavras do autor, tem como eixo fundamental o interesse pelo meio ambiente como “fonte de condição para a subsistência” e como fundamento ético “a demanda por justiça social (e ambiental, acrescentaria) contemporânea entre os humanos”. Essa corrente do movimento ambientalista, por lutar “contra os impactos ambientais que ameaçam os pobres, que constituem a ampla maioria da população em muitos países” tem uma presença muito forte nos países do Hemisfério Sul (no antigamente denominado terceiro mundo).

As lutas com tais características – sócio-ambientais, do ecologismo popular – têm uma importância fundamental, não só para os ecossocialistas, mas para o próprio futuro do planeta. Ali, há uma resistência que, partindo da luta concreta por direitos humanos básicos de moradia, cultura, de modo de vida e de produção, e, também, ao ambiente saudável, questiona os fundamentos não só do atual modelo econômico, mas, em última análise, investe contra as bases do próprio modo de apropriação privada do sistema capitalista, responsável pelo atual estágio de degradação do ambiente planetário. Nessas comunidades, se contrapõem não só interesses materiais, mas formas de vida e produção antagônicas.

Portanto, neste momento (mesmo que ainda de forma não articulada) podem se estar forjando não só as alianças sociais fundamentais para esse processo de transformação urgente e necessário - a Revolução Ecológica - mas, também, as bases sócio-econômico-ecológico-cultural-ético-políticas de uma nova sociedade que possa superar a atual crise ambiental global para se tornar, a um só tempo, ecologicamente sustentável, socialmente justa e igualitária, cultural e etnicamente diversa, e política e radicalmente democrática: a sociedade ecossocialista. Estaremos à altura desse imenso desafio?

João Alfredo Telles Melo é advogado, professor de Direito Ambiental e consultor do Greenpeace

domingo, 4 de novembro de 2007

Resoluções e Moções do PSOL CANOAS

Resoluções

Resolução: botar o PSOL na rua!

Nós somos um partido muito novo, temos apenas três anos de vida. Mas, mais do que isso, precisamos ser um partido de tipo novo: um novo partido contra a velha política!
Depois da traição de Lula e do PT, dos consecutivos processos de escândalos de corrupção, a população esta cética e indignada achando cada vez mais que os políticos são todos iguais.
Somos muito diferentes, somos o único partido com expressão parlamentar no qual qualquer militante pode andar na rua de cabeça erguida exibindo seu botão ou camiseta, e isso porque não só não estamos envolvidos nos processos sucessivos de corrupção e porque estamos na primeira fila da luta contra essa corrupção que é sistemática e intrínseca ao sistema capitalista.
Fomos nós que realizamos as denúncias contra Renan Calheiros, fomos nós que denunciávamos e lutamos contra as reformas criminosas de Lula, que lutamos pelo meio ambiente e pelo ecossocialismo, que lutamos contra a política financeira, monetária e cambial do governo, enfim, que lutamos contra o capital.
Mas é preciso que o povo, os trabalhadores, a juventude, as mulheres, os desempregados estejam conosco, construindo esta alternativa política que é o PSOL.Por isso precisamos colocar o PSOS na rua, buscar novos filiados, fazer agitação e propaganda constantemente.
Sendo assim, deliberamos que realizaremos no mínimo uma vez por mês uma aproximação com a população. Não pode haver nenhuma greve, nenhuma mobilização, nenhum protesto de qualquer movimento social em que os militantes e dirigentes do POSL não estejam presentes. Precisamos ir aos bairros e vilas, não só nas épocas de eleições mas cotidianamente.

Resolução sobre os Núcleos

Atualmente em Canoas temos 6 Núcleos do partido na cidade: Renovação e Luta, Juventude nas Ruas, Niterói, Mathias Velho Parada 18, Maringá e Guajuviras. E é importante que tenhamos mais Núcleos.
Os Núcleos tem papel fundamental na vida do partido: são os organismos que garantem a democracia, que garantem o controle da base sobre a direção, que garantem a politização e organicidade da militância: em última instância, é o que garante a vida no partido.
São os Núcleos também que vão garantir a distribuição e venda dos jornais, bem como a quotização financeira dos militantes.
Para considerarmos um Núcleo em funcionamento de acordo com o estatuto do partido o Núcleo precisa reunir, no mínimo, uma vez por mês. Cabe à direção municipal ajudar a fazer com que isto aconteça, a mobilizar e pautar quais são os temas centrais no cenário nacional, estadual e de Canoas.
Por fim, consideramos importante que cada Núcleo tenha um tesoureiro responsável por recolher a cotização e as demais iniciativas financeiras, bem como alguém responsável pela distribuição e cobrança do jornal nacional do partido.

Resolução Setorial de Mulheres

Propomos que as companheiras e companheiros canoenses sejam parte da construção da setorial de mulheres do nosso partido, bem como nossa participação do Encontro Estadual das Mulheres do PSOL que se realizará ainda este ano.
Entendemos que a luta socialista não é possível sem a luta contra toda a opressão que sofre o Ser Humano e por entender também que seja fundamental a participação das mulheres na luta pelo Socialismo e pela Liberdade. Reivindicamos também formação neste sentido.

Resolução de Juventude

O PSOL de Canoas deve dar conta de uma demanda específica que é a juventude, organizar estudantes e jovens trabalhadores para o enfrentamento político na cidade, dialogar com suas diversificadas expressões culturais e artísticas, debatendo a realidade violenta e sem perspectiva da juventude canoense. Para isso se faz necessário um encontro de Juventude para construirmos a política desta setorial para a nossa cidade assim como eleger sua direção e indicar um nome para a Secretaria de Juventude do PSOL.

Moções

Moção de apoio à passagem e estadia da Marcha do MTS na cidade de Canoas

A Marcha pela Reforma Agrária chega à Canoas com o MST vindo dialogar com as comunidades locais, vilas, Igrejas, Associações, escolas, fábricas, para chamar a atenção da sociedade e da classe trabalhadora para a necessidade de se construir um novo projeto de desenvolvimento para o Rio Grande do Sul.
Vieram realizar um debate político contra a Monocultura do Eucalipto, da soja transgênica, do uso do solo gaúcho para o lucro de poucos em detrimento de toda a sociedade.
Neste debate o MST propõe a construção de um projeto popular de desenvolvimento do RS e do Brasil. Neste projeto a Reforma Agrária têm o papel de repartir as riquezas rurais e garantir trabalho, saúde, educação, moradia e lazer.
Para as cidades esta Reforma Agrária significa alimento barato e saudável sobre a mesa além da oportunidade de uma transformação para a população excluída das grandes cidades e periferias a partir da luta pela terra.

Reforma Agrária por Justiça Social e Soberania Popular!

Apoiamos esta ação do MST em nossa cidade, contra o latifúndio e por um futuro socialista para todos e todas.


Moção Rádios Comunitárias

Nosso partido manifesta o apoio à todas as rádios comunitárias de nosso município por serem elas importantes ferramentas contra a mídia burguesa, ao direito à informação e por agregar a luta dos movimentos populares de nossa cidade.

Moção Skatistas

Apoio aos camaradas skatistas da cidade de Canoas e a toda a galera que participa do esporte e organiza a União Canoense de Skatistas Independentes – UCASI – por ser de extrema importância esta expressão cultural e da juventude canoense.

Moção de Repúdio ao sistema de Transporte Público

Moção de repúdio ao sistema de transporte público Transbordo que foi implementado sem nenhuma consulta à população desrespeitando a vontade pública e trabalhando com uma lógica que prioriza o transporte de mercadorias que atravessa a cidade em detrimento de um transporte digno aos trabalhadores e trabalhadoras. Assim como repudiamos o monopólio de transporte público em Canoas e na Região Metropolitana apontando para alternativas como cooperativas de transporte em gestão dos trabalhadores e trabalhadoras.

Moção de Repúdio à Terceirização do Serviço de Saúde

Repudiamos a terceirização do serviço de saúde pública em Canoas, exigimos a abertura de concurso público para os profissionais desta área, médicos, enfermeiros, técnicos, atendentes e serviço de estrutura para o hospital, Pronto Socorro e os Postos de Saúde do município que estão entregues à alunos da Ulbra e profissionais terceirizados. Passando assim, para o município a responsabilidade destes serviços e de possíveis erros médicos e do mau atendimento, pois da maneira como está o paciente não sabe como exigir seus direitos a um serviço digno de saúde.

Moção sobre o Lixo no Guajuviras

Nós do PSOL, queremos que sejam tomadas atitudes em relação aos sistema de coleta de lixo em Canoas, que sejam criadas políticas públicas de geração de emprego e renda através da reciclagem de resíduos, visando a inclusão social da população que sobrevive do lixo que é produzido pela cidade, que sejam criados centros de triagem e galpões de reciclagem e não que sejam favorecidas algumas empresas que visam apenas lucro e acúmulo de capital, mediante contratos milionários com o governo municipal.

Moção pela Reforma Urbana

As classes dominantes são responsáveis pela exploração dos moradores e inquilinos canoenses, seja comércio ou residências, cujos proprietários capitalistas rasgam a Constituição Federal deturpando a função social da propriedade com o enriquecimento meteórico sem causa social e dificultando a geração de trabalho e empregos pelos comerciantes e pequenos e médios produtores, verdadeiros escravagistas dos inquilinos e moradores de nossa cidade.

Moção de Repúdio à falta de Saneamento Básico e Serviços de Água e Esgoto

Repudiamos a falta dos serviços públicos de saneamento básico, água potável e esgoto na cidade de Canoas pela Prefeitura em diversos governos municipais deteriorando a qualidade de vida do povo e impossibilitando o acesso a condições mínimas de vida.
Apontamos para a urgência da realização destes serviços de necessidades básicas para uma vida saudável e digna da população.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Por que Psol!!

Somos o Partido Socialismo e Liberdade! Existimos em Canoas e estamos aqui para fazer a diferença. Viemos para acabar com a festa de robalheira dessa administração nada solidaria!

Nossa proposta e fazer trabalho para desalienar Canoas e mostrar que a política séria existe e agora está presente, mais do que nunca, em Canoas.

Fale conosco coloque suas opiniões, críticas, soltem o verbo, estamos aqui para debater e fazer a revolução em Canoas!

Atitude e o começo para fazer a diferença!

Ueiler Adm. do Blog Psolcanoas50.blogspot.com